segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Último Romance

   Eu sinto sede. E é de água sim. Exatamente disso. Um copo bem cheio. De água. De tudo.
   Mas é uma sede diferente, pois não sinto vontade de saciá-la. Sinto vontade de morrer nela, assim, estático. Não penso em dar um passo sequer, através dela. A sede me sacia. Sede de querer cada vez mais, o que eu ainda não tenho. Que é você.
   A sede que sinto neste exato momento, é relativamente parecida com a sua falta de coragem pra me dizer 'será'. Aquela coisa tão nova, passou a ser extremamente parecida, com algo que eu já tinha ouvido em algum lugar. Então me lembrei. Me lembrei daquela música, que é a única coisa que sei que temos em comum nessa circunstância. O nome da canção é 'Último Romance'.
   Ela me faz lembrar exatamente, que eu uso milhares de adjetivos, para descrever nada. Conjugo verbos para o atemporal. Procuro os sujeitos, mas não os encontro, e, consequentemente, também não os predicados.
   O pouco tempo, que passei com você, destruiu toda uma gramática montada em nossa forma de enxergar ou não as coisas. O nada. Passa a ter sentido. Com você. Apenas. Você.
   Mas não sei porque, ainda não me parece o bastante. Portanto, vou correr pra geladeira, e matar logo essa sede, antes que ela me mate.
   E você sabe disso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário