sábado, 17 de dezembro de 2011

Um Beijo

   Escrever textos aqui já não é mais o que me aproxima de você. Eu já não preciso mais disso, mas persisto.
   Eu te amo. E não preciso mais dizer isso. Mas continuo dizendo.
   Eu não preciso mais esconder o que realmente eu sinto por você, mas ainda sim escondo.
   Eu passo horas pensando em você, mas mesmo assim, eu procuro não pensar.
   Eu morro de medo de um dia tudo isso acabar, mas me entrego inteiramente.
   E você é tudo o que eu precisava ter, mas prefiro não te deixar sabendo disso.
   Já faz uma semana que não durmo e nem acordo, mas eu minto pra você.
   Aposto que, neste momento, você está se sentindo enganada.
   E é exatamente assim que eu quero que você se sinta.
   Um beijo, e pronto.
   Foi o que bastou.
   Nada do que eu fale, escreva, ou cante, fará com que esses minutos voltem.
   Um beijo.
   E eu já não preciso dizer mais nada.
   Eu te amo o bastante pra uns quinhentos anos, e acho que posso dizer que isso é pra sempre.
   E se não for, apague tudo o que eu te disse até agora. E morra.
   Assim como eu morri.
   Um beijo.
   Eu te amo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Acidente

   Foi, realmente, um acidente. E daqueles bem inesperados - como é, todo acidente. Só que nem todo acidente é ruim. O nome disso é tragédia. Acidente, resume-se apenas em uma coisa acontecer inesperadamente. Por isso, digo de novo: foi, realmente, um acidente.
    Interprete como quiser, mas é assim que eu vejo. "Love is an accident, wait to happen". Foi essa a frase que vi, há muitos anos, e só agora fez sentido. Tudo na verdade, só agora fez sentido. Um sentido que não verdade não é sentido. É só ilusão. Assim como o amor. O amor é uma ilusão. Mas quem disse que você precisa acordar? Acordar nem sempre é a solução. Nem sempre precisa existir uma solução.
   E lendo tudo o que eu escrevi aqui, dentro de um ano, posso dizer com toda certeza, que não existe ninguém nesse mundo que me faça tão feliz, como você me faz.
   Esse acidente levou um bom tempo, mas aconteceu. Não chamem os médicos, ou a polícia, muito menos se preocupem. Tudo o que eu precisava estava bem em minha frente, esperando que eu deixasse vir.
   Eu te amo, Thalia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quase Normal

   Não quero falar muito, não mesmo. Na verdade, quero falar - escrever - somente uma frase. Uma única frase:

   Desde o dia em que você chegou, até agora, tudo o que me restou dizer, de tudo isso que nós vivemos e ainda vamos viver, ainda que somente pelos próximos dois segundos, é que você é tudo pra mim, e isso basta.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Em Lugar Nenhum

   Em um universo não-paralelo onde corro atrás do vento e esse vento pode sim se ver, você estava. Não falo de outro planeta. Nem de outra constelação - se não a dos teus olhos. Não falo de outra realidade. Aliás, não falo de nenhum desses derivados. Falo de algo primitivo. Algo único. Algo que tranco a setes chaves, e que perco uma delas constantemente.
   A sua forma, estática, involuntária, indisponível. O brilho dos seus olhos pelo qual eu sou fascinado, em segredo, há anos. O seu sorriso e a sua cara de sono que me encantam. O fato de você estar sempre cansada de nada. A sua insistência em se permanecer discreta e inerte sobre tudo.

   É disso que estou falando. Exatamente, disso.

   E essa dependência, que surgiu assim, do nada, tomou conta dos meus segundos. Você tomou conta dos meus segundos. Tomou conta de tudo.
   Te ver por quase duas horas, ainda que por mera imagem. Te ouvir cantando músicas antigas e infantis. Ter que sair e você dizer 'não'. Coisas que normalmente eu odiaria, mas que com você, fazem total sentido.
 
   É disso que estou falando. Que eu te amo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Último Romance

   Eu sinto sede. E é de água sim. Exatamente disso. Um copo bem cheio. De água. De tudo.
   Mas é uma sede diferente, pois não sinto vontade de saciá-la. Sinto vontade de morrer nela, assim, estático. Não penso em dar um passo sequer, através dela. A sede me sacia. Sede de querer cada vez mais, o que eu ainda não tenho. Que é você.
   A sede que sinto neste exato momento, é relativamente parecida com a sua falta de coragem pra me dizer 'será'. Aquela coisa tão nova, passou a ser extremamente parecida, com algo que eu já tinha ouvido em algum lugar. Então me lembrei. Me lembrei daquela música, que é a única coisa que sei que temos em comum nessa circunstância. O nome da canção é 'Último Romance'.
   Ela me faz lembrar exatamente, que eu uso milhares de adjetivos, para descrever nada. Conjugo verbos para o atemporal. Procuro os sujeitos, mas não os encontro, e, consequentemente, também não os predicados.
   O pouco tempo, que passei com você, destruiu toda uma gramática montada em nossa forma de enxergar ou não as coisas. O nada. Passa a ter sentido. Com você. Apenas. Você.
   Mas não sei porque, ainda não me parece o bastante. Portanto, vou correr pra geladeira, e matar logo essa sede, antes que ela me mate.
   E você sabe disso.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Por Enquanto

   Certa vez, ouvi uma história que dizia, que todos aqueles que amavam demais, acabavam morrendo, por não ter tal amor retribuído. Na verdade, foram inúmeras as histórias que ouvi.
   E na maioria dos casos, isso acontecia pela falta de coragem para se dizer "eu te amo".
   Isso não tem nada a ver com a gente. Porque não nos amamos, nem nos gostamos. Nós apenas fazemos parte de algo novo que nasce em algum lugar. E nós não sabemos onde fica esse lugar.
   Pergunto-me então, como duas pessoas tão próximas podem estar tão distantes. Reflito sobre a distância que os sentimentos - ou a falta deles - nos impõe. Quem você é pra mim? Você não é uma pessoa. Você não é alguém, é algo. Algo que impulsionou a dizer coisas que minha mente ainda não consegue criptografar, mas que já é válido.
   Você deve estar achando que sou louco, assim como eu acho que você também é. Mas a loucura de amar sem nenhuma intenção, é nos une, não em corpo, ou em espírito, mas na poesia que está se eternizando em nós.
   E você, você sempre foi e sempre será, mesmo nunca tendo sido, a minha inspiração de todos os dias.

Entretanto

   Tudo ficou muito lento por aqui. Não sei se foi você. Não sei se foi.
   Entretanto, quero dizer do fundo do meu coração: o medo que sinto neste exato momento, não foi só você que causou. Foi um conjunto de fatores híbridos que me deixou aqui hoje.
   Nunca escrevi tantas coisas diferentes em tão pouco tempo na minha vida. E tenho certeza de que essa voz que fala bem alto ao meu coração, me dizendo pra fugir, não é a sua. Mas sim a do meu medo, do meu passado - que não é você.
   Talvez a solução, como você mesma disse, seja esperar. Talvez a solução não seja nenhuma. Talvez não exista solução. Só existe você agora, aqui comigo, mesmo estando longe.
   Entretanto, em algum lugar bem longe da Terra, eu já sou seu e você já é minha. Mas só bem longe daqui.

"And I don't know why, I can't keep my eyes off of you".

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Quando O Sol Nascer de Novo

   Mais um dia que começa chuvoso, assim como minhas ideias. E minhas ideias, assim como a chuva, cessaram-se quando começo a percebê-las. É a ordem natural das coisas. Tudo tem seu fim. E ele, infelizmente, só é percebido quando tudo de verdade acabou. Na Lei da Conservação das Massas, o francês Antonie Lavoisier disse que na natureza nada se cria nem se perde, tudo se transforma.

   O hoje se transforma em ontem. O amor em saudade. E o fim, em lembranças.

   E os infinitos conflitos que passamos por acreditar ou não que isso é verdade, é que nos torna tão machucados e marcados por tantos anos. Ainda que seja, ainda que não seja. Toda ideia que temos de saudade e de abandono, mesmo vaga, nos fere.
   Inúmeros olhares de diferentes expressões - Medo. Força. Calma. Sinceridade. Insegurança - E apenas uma certeza válida: tudo aquilo que passamos com todos aqueles sempre foram e sempre serão parte de tudo aquilo que passamos a ainda vamos passar, é eterno.
   Mesmo que precise se transformar; quando o sol nascer, tudo o que ficou é exatamente o que ele vai iluminar.

domingo, 20 de novembro de 2011

Estranha Saudade

   (Sem dar explicação nenhuma sobre estar escrevendo aqui de novo, depois de ter "interrompido" inperiodicamente o blog, começo):
 
   Exceto pela parte do "estranha", é exatamente isso. Saudade.
 
   (depois explico onde se encaixa o adjetivo)
 
   Vou começar contando a história toda. Tudo começou, quando você me viu, e eu soube disso. Isso bastou e agora eu estou aqui escrevendo numa noite fria de sábado sem absolutamente mais nada pra fazer, depois de um ótimo dia, sobre o qual eu poderia contar excêntricas histórias. Mas prefiro contar a nossa. "Nossa".
   Seria loucura se você lesse isso aqui. E mais loucura ainda seria, se você gostasse. Não estou escrevendo isso exatamente PRA você - se não teria seu nome - mas sim SOBRE você. E é totalmente diferente, porque estou abordando um assunto sobre o qual eu posso dar qualquer direção sem que você se ofenda, já que é a minha versão da história, e é o meu blog, e escrevo o que bem entender. Enfim. Estou sendo grosseiro.
   Continuando; apenas ouvindo você contar resumidamente sua história de vida, me senti assim. Assim. Com vontade de escrever milhões de coisas e sem nenhuma ideia. Estou cada vez mais convencido sobre a paradoxia amorosa, mas isso é outro assunto. E declaro que, neste momento, não me sinto nem um pouco poeta, nem um pouco romântico, nem um pouco nada. Só sinto saudades.
   E isso que é estranho.
   Talvez eu tenha errado em adjetivar um substantivo tão inocente, mas é isso que vem à minha mente, quando me pego pensando em você. Estranha saudade.
   Eu não tenho motivo algum pra sentir saudade de você. Eu apenas tenho. Apenas sinto. Apenas é.
   Sem explicação tudo parece mais poético. Talvez isso preencha então, minha falta de alusão a tal.
 
   (vou encerrar este texto, sem dizer mais nada).
 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Agradecimentos

   Declaro, a todos s que leem, que me apoiam e me dão palavras de incentivo, e até aos que não dão; que esse blog acaba por aqui. Todos os textos escritos, TODOS, foram por um único motivo, motivo esse, que eu já disse dezenas de vezes em todos eles. Não quero dar muitas explicações, e nem preciso. A razão (se é que se pode chamar de razão) pra tudo isso, foi apenas alguém. E neste momento, estou deixando pra trás, estou voltando minha palavra. Eu que sei. Obrigado a todos, mais uma vez, que me apoiaram e leram e comentaram nos textos. Cento e Oitenta Mil Horas acaba aqui. Tudo acaba aqui. Enfim.