terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Em Lugar Nenhum

   Em um universo não-paralelo onde corro atrás do vento e esse vento pode sim se ver, você estava. Não falo de outro planeta. Nem de outra constelação - se não a dos teus olhos. Não falo de outra realidade. Aliás, não falo de nenhum desses derivados. Falo de algo primitivo. Algo único. Algo que tranco a setes chaves, e que perco uma delas constantemente.
   A sua forma, estática, involuntária, indisponível. O brilho dos seus olhos pelo qual eu sou fascinado, em segredo, há anos. O seu sorriso e a sua cara de sono que me encantam. O fato de você estar sempre cansada de nada. A sua insistência em se permanecer discreta e inerte sobre tudo.

   É disso que estou falando. Exatamente, disso.

   E essa dependência, que surgiu assim, do nada, tomou conta dos meus segundos. Você tomou conta dos meus segundos. Tomou conta de tudo.
   Te ver por quase duas horas, ainda que por mera imagem. Te ouvir cantando músicas antigas e infantis. Ter que sair e você dizer 'não'. Coisas que normalmente eu odiaria, mas que com você, fazem total sentido.
 
   É disso que estou falando. Que eu te amo.

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