terça-feira, 14 de junho de 2011

Um Copo De Água

   Você entrou e saiu pela mesma porta que nos cruzou nas entrelinhas dos nossos desejos. Um sonho, real. É pra quem espera acontecer.
   Era apenas mais uma forma, de dizer adeus.
   Ao contrário, do que era pra ter acontecido. Você me surpreendeu. Nem eu.
   Um copo de água em cima da mesa da sala, trincado, esvaziando-se. Uma poça se formando. E eu.
   Eu te conto depois.
   As cores começaram a tomar forma. Você tentou. Tentaram nos matar, e você nos salvou. O sono não vinha, ninguém, era sede. Compre uma revista de espelhos invertidos e comece a colecionar-se.
   Consigo nossas passagens e vamos embora. Exatamente na hora do almoço, quando não muita gente está andando. Vamos comer, e partir. Vamos te ver partir, da janela do aeroporto.
   Você só vai saber que foi, quando não sentir mais minha mão tirando o cabelo da frente dos seus olhos, tampando sua quase nitidez. Tampando sua falsa justificativa. Quando não me ouvir mais cantar aquelas canções que só eu sabia que você adorava. Vai querer voltar.
   Você vai querer me ouvir de novo.
   Mas as paredes vão impedir as vibrações sonoras de chegarem até você. Os muros que você mesma mandou construir; aquelas velhas fotos manchadas pela água impura que caía do copo trincado secando a poça e quebrando o copo. Porque eu tenho certeza, de que não é.
   Mais um copo de água, por favor?
     

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